O Comitê de Política Monetária do Banco Central decide pela manutenção da atual taxa de juros do país nesta quarta-feira (26). Com isso, a Selic continua em 13,75% ao ano, patamar em vigor desde o início de agosto.
Apesar da manutenção da taxa, a Selic permanece no maior patamar desde novembro de 2016. Na oportunidade, os juros brasileiros atingiram a marca de 14% ao ano.
Foram 12 elevações seguidas da taxa de juros pelo Copom. Em função disso, a taxa Selic atingiu o maior e mais longo ciclo de alta desde 1999.
O objetivo das altas, segundo o Banco Central, foi conter a elevação da inflação, fortemente impactada pela pandemia da Covid-19. Além disso, o órgão ressaltou que a guerra na Ucrânia influenciou nos preços de combustíveis e alimentos, criando um cenário ainda mais desafiador.
Para o economista e ex-diretor do Banco Central, Luis Eduardo Assis, a previsão é de que a taxa Selic só comece a ser reduzida a partir da metade do ano que vem. Em entrevista à BandNews FM, ele destaca que a manutenção da taxa de juros pelo Copom já era esperada pelo mercado.
O economista lembra que a decisão tem impacto na economia brasileira porque segura a atividade econômica. Para ele, o cenário de elevação significativa nos juros internacionais, bem como a manutenção da guerra na Ucrânia, pode gerar uma valorização do dólar nos próximos meses.
Já para o doutor em economia pela USP e economista da Troster Associados, Roberto Luís Troster, os próximos dois anos serão de juros reais muito altos no Brasil. Ele também aponta que a Selic só deverá voltar a um patamar abaixo de dois dígitos em 2024.