Consultor fala sobre as camas na Olimpíada: "São de papelão, montadas como Lego"

Sinclair Milese, brasileiro que atua na empresa que fornece colchões para os Jogos Olímpicos de Paris, explicou que os itens são produzidos com uma tecnologia japonesa e feitos sob medida para os atletas

BandNews FM

Envolvidas em polêmicas desde o início das montagens dos quartos dos Jogos Olímpicos de Paris, as camas dos atletas passaram a atrair atenção dos fãs. Sob a alcunha de 'anti-sexo', o local de repouso esteve na mira dos esportistas e alguns chegaram a gravar vídeos para as redes sociais para testar se a cama era ou não resistente.

Para entender a montagem e o modo como a cama é produzida, a equipe de reportagem da BandNews FM conversou com Sinclair Milese, brasileiro que atua na empresa que fornece colchões para os Jogos Olímpicos de Paris.

O executivo confirmou que a confecção das camas é feita com o uso de papelão, mas rechaçou que o local seja feito com a intenção de inibir possíveis relações entre os atletas.

"A cama é feita de papelão, realmente, a moldura. Não o colchão. É montado como um Lego. É montado com um pé. Tem uma base, uma resistência, que muitas vezes é mais forte que uma cama tradicional. É uma cama que você pode saltar. Já dei muitas entrevistas aqui, para TVs francesas, saltando na cama. Peso 80 quilos e não tem problema algum", explicou.

Ainda de acordo com o brasileiro, serão 16 mil colchões disponibilizados para a realização dos Jogos Olímpicos - não somente para atletas, mas também para os profissionais de mídia.  

Para os participantes dos Jogos Olímpicos, os colchões são moldados de acordo com o biotipo de cada indivíduo e as preferências, se o atleta prefere um colchão mais ou menos firme.

"Quando chega na Vila Olímpica, o atleta é convidado a fazer esse 'fiting'. Ele escaneia seu corpo, pega seu peso, altura, perfil morfológico. São três blocos, o colchão, com quatro densidades. Com isso, o atleta vai ficar perfeito para a performance, para dormir bem", disse.

"Um pouco antes, [chegou] um atleta da luta, norte-americano, imenso, mais de dois metros e largo. Botou mais uma adição da cama. Como é modular, vai até dois metros e quarenta centímetros de colchão. [...]. Um judoca não dorme igual uma ginasta, o pessoal do skate não dorme igual os atletas do vôlei. É preciso levar em consideração a necessidade de cada atleta", completou.

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