Conheça o “Gastronomia periférica”, projeto que capacita moradores da favela

Criado pelo chef de cozinha Edson Leite, a iniciativa transforma a realidade de moradores que desejam se qualificar

Da Redação

Edson Leite, chef de cozinha e fundador do projeto Gastronomia Periférica, uma iniciativa que transforma as comunidades da Grande São Paulo, promovendo impacto social, econômico e cultural, falou sobre o projeto no Pretoteca da Band News FM, apresentado por Larissa Alves.

Criado no Jardim São Luís e em Osasco, Edson Leite tem um currículo impressionante: ele trabalhou por sete anos em Portugal, venceu o prêmio "Melhores do Ano" da TV Globo em 2022 e foi finalista do prêmio Empreendedor Social pela Folha de S. Paulo no mesmo ano.

A Gastronomia Periférica é definida por Edson Leite como um "negócio social". Ele explica que o conceito, em sua essência, é uma escola de gastronomia situada nas periferias brasileiras, oferecendo capacitação gratuita para os moradores dessas áreas. 

A ideia de criar o projeto surgiu de uma necessidade pessoal do chef. Após retornar da Europa, ele passou por dificuldades nas cozinhas de São Paulo e sentiu o desejo de capacitar os moradores da periferia em uma habilidade que ele já dominava: cozinhar. Outra motivação foi a questão do desperdício de alimentos nas periferias, um problema que ele identificou em 2012 e percebe ser recorrente até os dias de hoje. 

Ao longo de seus anos de existência, a Gastronomia Periférica já formou cerca de 3 mil pessoas. Para garantir empregos, o projeto também criou os restaurantes-escolas, que estão espalhados pela cidade e preparados para receber os alunos. 

Contudo, tendo em vista que o povo que não tinha qualificação, hoje tem, Edson lança uma nova provocação ao mercado de trabalho: 

Vocês estão preparados para receber essas mulheres capacitadas que não trabalham 12 horas por dia, que estagiam por seis horas? Que não trabalham em feriados e finais de semana, mas de segunda a sexta?

 “A última coisa que o chef vai fazer é cozinhar. A cozinha é periférica”, afirma Edson, que ainda enfatiza que a cozinha não deve ser um fardo, como foi para ele no passado.