Tragédias ambientais como a enfrentada nos últimos dias pelo Rio Grande do Sul serão cada vez mais frequentes, como avaliam cientistas e especialistas.
Em entrevista à BandNews FM, o Diretor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Joel Goldenfum, afirma que é preciso estudar os investimentos de verbas públicas: “É uma questão de priorizar investimentos, e vimos nos últimos anos uma espécie de redução, vamos ter que reforçar o sistema de bombeamento”.
O atual Muro de Mauá, que impede o avanço da água do Guaíba sobre o centro de Porto Alegre, pode ser derrubado no processo de concessão do Cais Mauá. Publicado pelo governo do Estado em setembro e com leilão previsto para 21 de dezembro, Goldenfaum avalia como negativa a troca por um sistema móvel no lugar do muro.
“O problema é que sistema móvel prevê manutenção permanente, muito mais que o sistema fixo, além de treinamento de pessoas para montar e desmontar. Acho que o móvel teria sido muito mais perigoso [nesta enchente de 2024], porque além de todas as vulnerabilidades - continuaríamos tendo estações de bombeamento, problemas no restante do sistema - e teríamos que montar a barreira num prazo muito curto”, destaca Goldenfaum, que afirma que o tempo para alertar e evacuar as pessoas em risco foi fundamental.
O professor ainda afirma que é preciso pensar em medidas combinadas e que a mudança desse sistema de contenção é “grandioso”, correndo contra o tempo em meio às mudanças climáticas.