Comitê afirma que tuíte de Trump incentivou invasão do Capitólio

Ex-presidente americano fez planos de apreender urnas eletrônicas de estados em que foi derrotado; apoio entre eleitores republicanos está em queda

Rádio BandNews FM

Investigação sobre o ataque ao Capitólio vem sendo conduzida há quase um ano Foto: Reuters
Investigação sobre o ataque ao Capitólio vem sendo conduzida há quase um ano
Foto: Reuters

Membros do comitê do Congresso americano que investiga os desdobramentos da invasão ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, apontam que uma postagem do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump no Twitter incentivou os apoiadores de extrema-direita a mancharem em Washington no dia do ocorrido. A revelação em reunião nessa terça-feira (12) é mais um complicador para o republicano, que vem sendo apontado como responsável pela invasão.

Um parlamentar que integra a comissão afirmou que a publicação foi realizada após "a reunião mais louca da presidência" de Trump, que governou o país de 2017 a 2021.

O ex-presidente fez um apelo aos apoiadores mesmo ouvindo repetidamente de assessores que havia perdido a eleição presidencial de 2020 para Joe Biden. Trump é acusado pelo comitê por tentar dar um golpe para permanecer no poder.

O Congresso americano foi invadido por apoiadores de Donald Trump no dia 6 de janeiro de 2021, quando a vitória de Biden estava sendo formalizada por parlamentares.

Antes da audiência dessa terça-feira (12), Trump publicou um ataque ao comitê da Câmara dos Representantes - equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil - que é liderada pela oposição, os democratas. Ele chamou os democratas de "picaretas e bandidos" ("hacks and thugs", em inglês), que estariam perpetrando uma "farsa".

A investigação sobre o ataque ao Capitólio vem sendo conduzida há quase um ano pela comissão.

Depoimentos de assessores revelados pela comissão dão conta que o republicano queria apreender urnas eletrônicas de estados em que perdeu a eleição.

Anteriormente, as investigações revelaram também que Trump queria se juntar aos apoiadores no Congresso, mas foi impedido pelo Serviço Secreto.

Após as revelações, cerca de 50% dos eleitores republicanos afirmam esperar que o ex-presidente não se candidate novamente e que desista dos planos de tentar retornar à Casa Branca.