Depois do caso dos trabalhadores resgatados no Rio Grande do Sul, o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, vai se reunir com a Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo para discutir a possibilidade de revisão do Plano Nacional que trata do assunto. O encontro deve ocorrer em 13 de março.
O ministro está em Genebra, na Suíça, onde participa do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). Em entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira (2), ele afirmou que o caso do sul do país não foi um fato isolado. Almeida também disse que "não se surpreendeu" com as declarações dadas por políticos da região e dos representantes das vinícolas envolvidas.
Outro ponto abordado durante o evento foi a crise humanitária na Terra Indígena Yanomami. O ministro demonstrou preocupação com a possibilidade da ex-ministra e atual senadora Damares Alves (Repulicanos-DF) fazer parte da Comissão Externa do Senado que vai analisar a crise no norte do Brasil.
Almeida disse que documentos encontrados no então Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, na época comandado por Damares, trazem negativas de apoio aos povos Yanomami.
Ela disputa com outros senadores as últimas três vagas no colegiado. A decisão sobre quem vai compor a comissão, no entanto, deve ser do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e será definida até a semana que vem.
Silvio Almeida também aproveitou a oportunidade para falar do Grupo de Trabalho, criado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, que vai estudar e discutir estratégias para combater o discurso de ódio e desestimular o extremismo no país. A primeira reunião do colegiado será na próxima segunda-feira (6) e a ex-deputada Manuela D’Ávila presidirá os trabalhos.