Comida afetiva: chef fala sobre ancestralidade e cultura negra na cozinha

Vanessa Rocha fala sobre a importância de valorizar as raízes no trabalho com gastronomia

Da Redação

A chef Vanessa Rocha compartilhou suas experiências e a profunda conexão com a ancestralidade que permeia sua cozinha em conversa com Larissa Alves, no programa Pretoteca, da Band News FM

Nascida e criada em Pedra de Guaratiba, no Rio de Janeiro, a especialista trouxe à tona a riqueza da culinária brasileira com uma ênfase especial na herança afro-brasileira e indígena que moldou sua trajetória.

Vanessa, chef executiva dos restaurantes Maria e o Boi e Kō Bā Izakaya, revelou como suas origens familiares influenciaram profundamente seu trabalho na gastronomia. Do lado materno, seu avô era pescador e descendente de indígenas, inserindo-a na cultura caiçara de pesca e culinária rústica, onde o fogo a lenha e a criação de galinhas no quintal eram comuns. 

Por parte de pai, ela herdou a rica ancestralidade afro-brasileira. Essa mistura de influências se reflete nas técnicas e nos ingredientes que Vanessa emprega em sua cozinha, onde, inclusive, já foi indicada ao guia Michelin de 2024. 

O restaurante Maria e o Boi, localizado em Ipanema, mantém sua posição na categoria Bib Gourmand, que reconhece estabelecimentos de boa comida a preços acessíveis. Desde sua entrada no grupo Pabu, há 14 anos, Vanessa tem sido uma força motriz, ajudando a moldar a identidade culinária desses estabelecimentos.

A importância da ancestralidade na cozinha

Para Vanessa, a culinária vai além de técnicas e receitas; é uma manifestação de sua herança e história. Ela falou com paixão sobre como trouxe elementos da cultura quilombola e da cozinha indígena para o cardápio do Maria e o Boi.

“Eu sempre tive vontade de me aprofundar na cozinha brasileira”, afirma. Ela destacou a importância de valorizar e divulgar a cozinha nacional, que muitas vezes é ofuscada por influências estrangeiras.

Vanessa explicou que a culinária quilombola é fundamentada no uso máximo dos recursos naturais. Ela mencionou o uso de caldo de cana fermentado, nhoque de aipim e paçoca de banana-verde como exemplos de pratos que celebram essa tradição. 

Para aqueles que aspiram a seguir uma carreira na gastronomia, a chef deixou uma mensagem encorajadora: "Não desista por nada!". 

Ela enfatizou a importância de persistir, mesmo diante de desafios, e de valorizar suas raízes e histórias pessoais na criação de uma culinária que não apenas alimenta, mas também conta histórias e preserva culturas.

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