Com tanques no Planalto, CPI da Pandemia recebe militar envolvido na compra de vacinas

Tenente-coronel Helcio Bruno de Almeida seria elo entre Davati e Ministério da Saúde; STF concede direito ao silêncio

BandNews FM

Tenente-coronel Helcio Bruno de Almeida será ouvido na CPI nesta terça (10). Foto: Agência Senado
Tenente-coronel Helcio Bruno de Almeida será ouvido na CPI nesta terça (10).
Foto: Agência Senado

A CPI da Pandemia recebe nesta terça-feira (10) o tenente-coronel da reserva Helcio Bruno de Almeida, apontado como elo entre representantes da Davati, que tentavam negociar vacinas com o governo, e o Ministério da Saúde. Nesta segunda-feira (09), a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, concedeu habeas corpus para que o militar fique em silêncio para não se incriminar, mas negou o pedido para que ele faltasse ao depoimento. Helcio ainda deverá falar a verdade sobre os casos perguntados que não o incriminem.

O depoimento acontece no mesmo dia em que a Marinha fará um desfile com tanques e armamento de guerra na Esplanada dos Ministérios. A ação para a entrega de um convite ao presidente Jair Bolsonaro para acompanha um exercício militar é vista como intimidatória por outros Poderes da República.

O tenente-coronel convocado pela comissão parlamentar de inquérito teria intermediado encontros entre negociadores de vacinas com o secretário-executivo do ministério Élcio Franco. O nome do também presidente do Instituto Força Brasil foi citado pelo cabo da PM de Minas Gerais Luiz Paulo Dominguetti, representante da Davati que oferecia 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca. A oferta não era verossímil e, segundo o policial, houve pedido de propina na negociação do imunizante.

Cristiano Carvalho, representante legal da Davati no Brasil, também afirmou que recebeu o contato de Helcio como alguém que facilitaria encontros no Ministério da Saúde.

Segundo o senador Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI, o instituto Força Brasil, presidido por Helcio, é alvo da CPMI da Fake News, que investiga a disseminação de notícias-falsas para fins criminosos.