O governo federal vai realizar novas reuniões nos próximos dias para discutir os cortes em gastos públicos. Nesta sexta-feira (08), o presidente Lula comandou o quinto encontro sobre o pacote, mas nenhum anúncio oficial foi feito. Com a alta da inflação, que ultrapassou o teta da meta no acumulado dos últimos doze meses, e a nova elevação da Selic, a expectativa é de que o Palácio do Planalto defina os cortes no Orçamento de ministérios e outros setores da gestão federal.
As reuniões contam com a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que tem sido pressionado pelo mercado financeiro. Por outro lado, ele enfrenta for resistência de colegas da Esplanada dos Ministérios, especialmente dos chefes de pastas que tratam de projetos de áreas sociais. Haddad, que cancelou uma viagem para se reunir com investidores na Europa, afirmou que faltavam “questões simples” para fechar o pacote e a definição se os presidentes da Câmara e do Senado seriam avisados previamente ou não sobre o que seria cortado.
Dentre as medidas discutidas estão alterações em políticas públicas, como o Benefício de Prestação Continuada e um pente-fino no Bolsa Família para identificar fraudes. Haddad defende ainda a implementação de uma PEC e a votação de um projeto de lei para reforçar o arcabouço fiscal. Segundo o ministro, a comissão avaliou os impactos políticos além dos econômicos e da chance de aprovação das medidas no Congresso.