Com escassez de insumos, testes de Covid só serão usados em casos graves

Racionamento de exames diagnósticos pode ficar cada vez mais severo se o mercado não encontrar alternativa de fornecimento

Narley Resende

Comunidade científica garante que a produção nacional consegue suprir a demanda do mercado
Foto: Governo de São Paulo

O racionamento de testes de Covid-19, já adotado por quase todos os canais de acesso à testagem no Brasil, pode ficar cada vez mais severo se o mercado não encontrar alternativa de fornecimento, como a produção nacional de insumos.

A alta na demanda global causada pela variante Ômicron do coronavírus, a dependência de insumos importados e a falta de planejamento para momentos de crise deixaram o País desabastecido.

A BandNews FM mostrou nesta semana que os laboratórios já não conseguem encontrar todos os insumos necessários para os testes. Por isso, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica, a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias, além da maior rede de hospitais privados do País, a Rede Dor, informaram que os materiais já são insuficientes para atender a demanda.

O diretor do Comitê Técnico de Análises Clínicas da Abramed, Alex Galoro, que representa laboratórios, admite que existe a possibilidade de um apagão de testes.

Com a previsão, os laboratórios terão que escolher quem deve ou não ser testado para a Covid-19.

A recomendação é que sejam submetidos a testes apenas os pacientes que tenham maior gravidade de sintomas, pacientes hospitalizados e cirúrgicos, pessoas no grupo de risco, trabalhadores assistenciais da área da saúde e de serviços essenciais.

Quem teve contato com pessoas contaminadas, não deve mais ser priorizado.

Além de aumentar o risco de contaminação por pessoas que vão deixar de fazer o isolamento, isso deve causar uma série de problemas para empresas na concessão de licenças, entre outros.

Alex Galoro destaca que os protocolos já previam liberação de funcionários com suspeita contaminação, por exemplo, mesmo sem a confirmação pelo teste.

Para a rede pública, a Fiocruz, que tem o compromisso de fornecimento de 60 milhões de testes de antígeno ao Ministério da Saúde, negocia com fornecedores a possibilidade de antecipar o envio de componentes para garantir a entrega.

Em São Paulo, por exemplo, o governo do estado garante que tem testes para atender a demanda por pelo menos duas semanas.

A comunidade científica garante que a produção nacional consegue suprir a demanda do mercado em momentos de crise. No entanto, o Brasil tem poucas empresas produtoras de componentes, que carecem de fomento para o serviço.

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