A Colômbia e a Venezuela reabrem nesta segunda-feira (26) a fronteira entre ambos os países. A partir das 10h, pontos de travessia ao longo dos mais de dois mil quilômetros de fronteira serão retomados. A ponte Simon Bolívar, entre San Antonio del Táchira (no lado venezuelano) e Cúcuta (no lado colombiano), é o principal ponto de interlocução entre as nações da América do Sul.
A estimativa é que pelas pontes entre os países passassem até 30% do fluxo de pessoas e cargas entre os países.
Com relações diplomáticas desde 2019, a ideia inicialmente é retomar a circulação de pessoas e o comércio bilateral. Voos entre as capitais Bogotá e Caracas também serão reiniciados. Inicialmente serão ao menos cinco frequências de companhias colombianas diárias.
Os laços diplomáticos entre os países foram rompidos após o reconhecimento de Juan Guaidó, líder da oposição venezuelana, como presidente venezuelano. A medida foi adotada pelo então presidente colombiano Iván Duque, que deixou o poder neste ano.
Com a posse do primeiro comandante de esquerda da Colômbia, a embaixada no país vizinho foi reaberta em agosto. Gustavo Petro também disse esperar a reconciliação fraterna com os venezuelanos a partir de agora.
Os colombianos esperam que os venezuelanos auxiliem em um processo de paz com a última guerrilha em atividade no país, o Exército de Libertação Nacional (ELN). A Venezuela teve papel importante nas negociações com as Farcs. O governo de Petro tem como principal meta reduzir a violência no território colombiano e o fim das guerrilhas é crucial neste processo.
O presidente da Colômbia vai participar de uma cerimônia para remarcar a reabertura da Ponte Simon Bolívar e haverá um encontro com uma delegação da Venezuela. O presidente Nicolas Madura não confirmou se estará presente.
A reabertura das fronteiras não significa o reestabelecimento total das relações diplomáticas, já que os venezuelanos esperam que exilados sejam repatriados pela Colômbia. Gustavo Petro já negou tal pedido, afirmando que a liberdade de expressão no país é garantida na Constituição e não haverá punição aos críticos do regime de Maduro e que fugiram do país.