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Itamaraty "avacalhou" PM do RJ por abordagem a filhos de diplomatas, diz Castro

Três dos quatro jovens abordados são negros e filhos de diplomatas estrangeiros; famílias acusam PM de conduta racista

Por Pedro Dobal

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, afirmou que o Ministério das Relações Exteriores "avacalhou" a Polícia Militar do estado.

A declaração aconteceu após questionamentos em relação a uma abordagem de PMs a adolescentes de 13 e 14 anos em Ipanema, na zona sul da capital fluminense.

Três dos quatro jovens abordados são negros e filhos de diplomatas estrangeiros. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que os agentes descem do carro e apontam os fuzis para os menores.

A família acusa a PM de conduta racista. Dois dias depois do episódio, que aconteceu na semana passada, o Itamaraty enviou um pedido formal de desculpas aos embaixadores do Canadá, do Gabão e de Burkina Faso.

Nesta quarta-feira (10), porém, Cláudio Castro disse que houve um julgamento precipitado dos agentes envolvidos e que eles serão punidos se algum erro for comprovado.

Durante agenda, o governador disse que não houve diálogo com o Estado para tratar sobre o assunto, apesar de o Itamaraty ter enviado um ofício ao governo do Rio de Janeiro.

Ele ainda chegou a dizer que é a PM que protege os filhos dos integrantes do Ministério das Relações Exteriores quando eles estão no Rio.

Em entrevista à Rádio BandNews FM, o cientista político e professor de Relações Internacionais Maurício Santoro explica que o Itamaraty precisava agir rapidamente e dar uma resposta à comunidade diplomática.

Na última segunda, os policiais militares envolvidos na abordagem prestaram depoimento na Corregedoria Geral da Corporação. A Delegacia Especial de Apoio ao Turismo também investiga o caso.

Castro, no entanto, afirma que não vai crucificar os PMs envolvidos na ocorrência.

Segundo o governador, o bairro é alvo de roubos frequentes que costumam ser realizados por jovens e os agentes não tinham como saber de quem ele eram filhos.

Procurado, o Itamaraty ainda não se posicionou sobre as declarações do governador do Rio de Janeiro.

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