Dias após chuvas históricas assolarem o Rio Grande do Sul e causarem a inundação de bairros e cidades, a população local procura se abrigar e o poder público encontra meios para minimizar os impactos causados pela natureza. Enquanto lugares como o Mar Mediterrâneo bate recordes de temperatura, a Califórnia-EUA, enfrenta secas históricas que levam a queimadas e mortes por calor, é possível observar outros lugares que enfrentam chuvas nunca antes vistas causam enchentes cada vez mais desafiadoras, como é o caso da Costa Oeste dos Estados Unidos ou no Sul do Brasil.
No entanto, algumas soluções já colocadas em prática em determinados lugares do mundo podem ser o ponto de partida para que o Sul do país não volte a ser inundado, como é o caso das cidades-esponja - conceito urbanístico projetado para absorver a água da chuva. O objetivo é preparar o terreno de modo a absorver o acúmulo de água em um determinado espaço e reutilizar as águas das chuvas torrenciais. É possível também reaproveitar os recursos hídricos em cisternas para uso doméstico.
Um exemplo desse tipo de cidade são os parques alagáveis da Inglaterra, que tem uma estrutura baseada em recursos naturais e soluções baseadas na natureza, que aumentam a permeabilidade do solo para absorver a água da chuva. "Existem muitas áreas verdes em Londres, muitos parques. Estou em um parque-alagável. Tem um formato de uma tigela, a lateral tem um ponto mais alto e, quando chove, toda a água vai para o meio do parque. E [no meio] tem uma vegetação diferente que parece um pântano. Isso ajuda a minimizar os problemas", explica Kieling.
Em países asiáticos como China e Cingapura, o governo chinês tem a ambiciosa meta de transformar 80% de suas áreas urbanas em cidades esponja até 2030, com o objetivo de absorver e reutilizar 70% das águas das chuvas torrenciais.