Há dois anos, Sônia Limachi resolveu deixar La Paz, na Bolívia, com o filho. Veio para São Paulo para encontrar o marido que já estava na capital paulista. “Como eu passei a viver na casa do meu cunhado, ele não me deixava sair e eu tinha medo. Não saía nem para comprar um pão. Fiquei um ano sem ir para a rua”, conta.
A história da Sônia, no entanto, passou a mudar quando recebeu a ajuda da Alícia, uma outra imigrante boliviana. “Ela percebeu que eu não falava com ninguém e passou a conversar comigo. Quando me separei do meu marido, a Alícia me ajudou. Com ela, aprendi a costurar até comprar uma máquina para trabalhar por conta própria”.
A partir daí, Sonia ganhou ainda mais coragem para caminhar sem medo. Aprendeu a falar português em uma escola e seguiu trabalhando. No entanto, com a pandemia, as dificuldades aumentaram e a renda diminuiu. A saída foi se unir a outras mulheres costureiras da região do Bom Retiro para fundar a cooperativa “Empreendedoras Sin Fronteras”.
“Começamos em 15 de Julho do ano passado. Éramos 5 mulheres. Na segunda reunião, 13. Hoje, são mais de 20 mulheres imigrantes que trabalham juntas”, conta com alegria.
Sonia Limachi é uma das coordenadoras da cooperativa e personagem de mais uma edição da coluna Cidade em Retratos. Ouça abaixo a reportagem de Arthur Covre.