A possibilidade de mais chuva em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (18), preocupa os bombeiros e técnicos da Defesa Civil que trabalham no resgate as vítimas dos temporais que atingiram a cidade. O número de mortos chegou a 129 nesta sexta e mais de 200 pessoas ainda são procuradas.
Cerca de 500 bombeiros atuam no município, mas a população cobra mais reforços e celeridade nos trabalhos de resgate. Alguns pontos no Morro da Oficina, área mais atingida, ainda não foram visitadas pelos militares e voluntários cavam com a própria mão nos escombros em busca de parentes e amigos.
O número de desaparecidos chegou a 218.
No Instituto Médico Legal, mais um caminhão frigorífico foi disponibilizado para conservar os corpos das vítimas. O trabalho de reconhecimento é demorado e angustiante para as famílias, que nem sempre conseguem apresentar os documentos necessários para a liberação dos corpos. A enxurrada levou tudo que tinha pela frente e não conservou as burocracias.
Cerca de 200 profissionais reforçam o trabalho de perícia no IML. Até o momento, a maioria das vítimas é do sexo feminino. Ao menos 13 são crianças.
O temporal da última terça-feira (15) inundou Petrópolis, fez morros deslizarem e a lama se espalhou pelo Centro. Foram 260 milímetros de chuva concentrados em seis horas. O acumulado é 1/3 maior do que a média de chuva do mês de fevereiro.
Nesta quinta-feira (17), voltou a chover forte e o temporal no fim da tarde assustou pela quantidade de raios. Rios voltaram a subir e uma área no bairro 24 de Maio foi esvaziada. Os moradores foram orientados a sair do local após o registro de um deslizamento de terra. Uma pedra perdurada no alto de um morro preocupa as autoridades.
As sirenes voltaram a ser acionadas na cidade por conta da chuva e pode chover mais ao longo dos próximos dias.
Em três dias foram 511 ocorrências registradas pela Defesa Civil, a maioria com vítimas.