China promete reação caso presidente da Câmara dos EUA visite Taiwan

Pequim considera inaceitável uma eventual viagem de Nancy Pelosi a ilha reivindicada pelo governo chinês

BandNewsFM

Pequim considera inaceitável uma eventual viagem de Nancy Pelosi
Foto: Reprodução/Reuters

O Ministério das Relações Exteriores da China afirma que a possível visita da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan "violaria seriamente o 'princípio de uma só China", "prejudicaria as relações entre os dois países" e teria "um impacto político negativo". Recentemente, em conversa telefônica, o presidente chinês, Xi Jinping, pediu ao presidente Joe Biden que "não brincasse com fogo" ao discutir a situação.

Em entrevista à BandNews FM, o cientista político e professor do Departamento de Relações Internacionais da UERJ, Maurício Santoro, explica que Pelosi é a terceira pessoa mais importante da política dos Estados Unidos e tem um histórico de críticas ao Partido Comunista chinês.

Ele ainda destaca que a promessa de viagem à Taiwan acontece em um momento de acirramento dos ânimos, com o governo dos Estados Unidos admitindo a possibilidade de defender a ilha e com a intensificação das manobras militares chinesas na região. Por isso, o professor considera a atitude de Nancy Pelosi como desnecessária.

Maurício Santoro afirma que Taiwan é importante por três razões: primeiro por ser o único ex-território chinês que não foi recuperado por Pequim e por representar a última ferida aberta do chamado “Século das Humilhações, quando boa parte da China foi ocupada por estrangeiros.

A ilha também tem importância militar, já que a sua posição geográfica permite a dominação de rotas de navegação no Mar do Sul da China. Além disso, Taiwan tem um grande peso econômico, sendo a líder global em fabricação ode semicondutores, usados na fabricação de carros e celulares, por exemplo.

O professor ressalta que uma eventual guerra na região seria longa e traria impactos ainda mais devastadores na economia mundial do que o conflito na Ucrânia. Ainda segundo ele, haveria uma repetição das alianças observadas no conflito entre russos e ucranianos.

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