A China anunciou um novo recorde no diagnóstico de casos de Covid-19 em um único dia. Na quinta-feira (24), foram 32 mil novos testes positivos, todos considerados de transmissão comunitária, ou seja, sem que os doentes tenham viajado ao exterior. O aumento de casos fez o governo confinar 6 milhões de habitantes da província de Henan, no centro do país.
A região abriga a maior fábrica de IPhones do mundo e é responsável por suprir 70% da cadeia de telefones da Apple. Fábricas da Foxconn na área empregam quase 200 mil trabalhadores.
Protestos foram registrados contra a política de lockdown adotada. Os funcionários estão confirmados na indústria, sem contato com as famílias, para evitar contaminações. A medida autoritária busca manter a atividade fabril.
Nas maiores cidades do país, como em Pequim e em Xangai, testes gratuitos são feitos em pontos com grande movimentação de pessoas e mortes pela doença voltaram a ser confirmadas depois de seis meses.
O governo chinês mantém em prática a política do Covid-zero e determina o fechamento de serviços e o controle de deslocamentos em áreas com casos da doença. A paralisia nas atividades econômicas acende o alerta para uma recessão da economia chinesa.
Agências internacionais de análise de risco já reduziram a previsão de crescimento da China para algo em torno de 3,5% neste ano. O percentual é menor do que a meta de 5%.
Embora criticado, o modelo de controle da epidemia no país não dá sinais de que será descontinuado. Embora o Partido Comunista já tenha reduzido a rigidez dos confinamentos.
Agora, bairros e regiões da cidade com mais casos são isolados, sem que todo o município seja atingido. O controle de saída das áreas demarcadas incomoda os cidadãos, que já fizeram protestos nas janelas contra a prática.