Mais de 15 milhões de chilenos vão às urnas neste domingo (04) em votação obrigatória para aprovar ou não a nova proposta de Constituição do país.
O texto é uma resposta aos protestos vividos no Chile em 2019, que provocaram centenas de mortos e danos a infraestruturas.
Na ocasião, milhares de pessoas foram às ruas contra o governo de Sebastián Piñera para manifestações contra a desigualdade social e econômica no país.
O novo conjunto de leis começou a ser redigido em maio de 2021, depois da eleição do colegiado de constituintes.
O texto, que possui 118 páginas, com 388 artigos, tem sido duramente criticado por setores da sociedade.
Entre os pontos previstos estão a extinção do Senado, além da criação de câmaras regionais e de tribunais de justiça especiais.
Além disso, um dos mais polêmicos é o artigo 34, que estabelece que povos indígenas tenham direito a um governo próprio nas terras protegidas. O trecho, porém, não entra em detalhes caso as terras tenham riquezas minerais.
Até o momento, as pesquisas e as ruas apontam que a nova constituição deverá ser rejeitada.
Apesar das tensões recentes, o Chile desfruta de altos índices de prosperidade social e econômica. O país é o que tem o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da América Latina: 0,783 - considerado alto.
A renda per capita anual é de 16 mil dólares, duas vezes e meia a do Brasil.
Já o Produto Interno Bruto por ano é de 8,7%, atrás de Argentina, 15%, e o Brasil, que é responsável por mais da metade do PIB da América do Sul, com 50,4%.
Os dados são do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional.