Celso Amorim julga ordem para prender Edmundo González como “muito preocupante”

Assessor Especial de Lula ainda pontuou que governo não vê abertura para diálogo

Rádio BandNews FM

Celso Amorim embarca para a Venezuela nesta sexta (26)
Agência Brasil

O assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Celso Amorim, afirmou em entrevista à Agência de Notícias Reuters nesta terça-feira (03) que a ordem de prisão da Justiça venezuelana contra Edmundo González, candidato da oposição, é “muito preocupante” e “a coisa errada a se fazer”.

Durante a conversa, Amorim admitiu a escalada de autoritarismo na Venezuela e pontuou que, apesar de o Brasil não ter visto espaço para diálogo no país vizinho, ainda espera uma solução pacífica para a crise política venezuelana.

Após a vitória de Nicolás Maduro, declarada pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, o presidente vem fazendo ameaças contra Edmundo González e pedindo a prisão dos opositores. Para Amorim, caso se concretize o pedido da Justiça venezuelana e González seja preso, o Brasil não aceitaria. "Seria uma prisão política, e o Brasil não aceita prisões políticas", disse o assessor.

O Brasil ainda não reconheceu a vitória de Maduro, declarado eleito pelo órgão eleitoral do país, e nem a reinvindicação de González e da oposição após o pleito.

Na noite da última segunda-feira (02), a Justiça da Venezuela expediu uma ordem de prisão contra o candidato da oposição Edmundo González, acusado de crimes como usurpação de funções da autoridade eleitoral, falsificação de documentos oficiais, incitação de atividades ilegais, sabotagem de sistemas e associação criminosa após compartilhar parte das atas eleitorais em site.

Os órgãos que pediram a prisão do opositor são aliados de Maduro e controlados por chavistas.

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