A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos deve votar nos próximos dias uma resolução que limita as ações militares de Donald Trump em relação ao Irã.
O projeto foi anunciado pela presidente da casa, Nancy Pelosi, opositora do presidente norte-americano. Segundo a parlamentar, o Congresso não autorizou o bombardeio que matou um dos principais representantes do exército iraniano e que causou uma escalada nas tensões no Oriente Médio.
Pelosi ainda afirmou que a resolução apresentada tem como objetivo manter a segurança do povo norte-americano. O Irã prometeu se vingar dos Estados Unidos.
Mas para o cientista político Pedro Costa Junior, essa reação iraniana pode não ser imediata nem violenta como se poderia esperar após a morte do número um da Guarda Revolucionária do país. Ele ressalta que a tradição persa faz ser mais provável uma ação paciente e localizada.
O especialista em Relações Internacionais observa que essa tradição de estratégia é oposta ao comportamento adotado por Donald Trump ao ordenar e assumir o ataque da semana passada. Pedro Costa Junior ressalta que a ação no Iraque mostra ao mesmo tempo contradição e coerência.
Primeiro, ao atacar o Irã, Trump vai de encontro a uma política de isolamento “do resto do mundo”. Por outro lado, segundo o professor, a ofensiva confirma a posição atual americana de não se importar com países ou organizações que atrapalhem os interesses da nação:
O especialista relativiza os pronunciamentos feitos até agora por países e organizações internacionais – dos alertas de China e Rússia aos pedidos de paz da França e do Vaticano. Pedro Costa Junior lembra que é muito difícil esperar que uma unica nação ou organismo tome uma decisão prática num contexto que envolve tantos interesses diferentes.
Ontem, novos foguetes foram disparadas contra áreas próxima à embaixada dos Estados Unidos no Iraque. O Irã também anunciou que estava deixando o acordo nuclear de 2015 para poder enriquecer urânio, produto base para um eventual bomba nuclear, sem qualquer limitação.