CBF planeja inaugurar centros de desenvolvimento até fim de 2023

Diretora Luísa Rosa comanda projeto com Fundo da Copa-14

Por Alinne Fanelli

Arquiteta Luísa Rosa Arquiteta é a primeira diretora da história da CBF
Thais Magalhães/CBF

Com a liberação do Fundo de Legado da Copa do Mundo de 2014, a CBF dá andamento ao projeto dos centros de desenvolvimento do futebol.

Dos 15 que constam no planejamento inicial, dez terrenos já foram adquiridos e um tem previsão de entrega para este semestre ainda. 

É o Centro de Desenvolvimento em Rondônia, que abrigará também a Federação Rondoniense de Futebol. Maranhão, Sergipe, Tocantins, Amapá, Piauí e Acre são os outros estados com locais fechados e obras contratadas. Espírito Santo e Mato Grosso do Sul podem avançar para a etapa de até o fim do ano.

A arquiteta esportiva Luísa Rosa está à frente da diretoria de patrimônio da CBF - que em breve se chamará “infraestrutura” - e tem como principal missão os centros. “Estamos em um processo de finalização de licenciamento das obras. O planejamento é que até o fim de 2023 a gente já tenha inaugurado alguns deles, dentro do CBF Social. Os centros de desenvolvimento são focados no fomento do futebol de base, feminino e amador”.

Por ter sediado a Copa do Mundo em 2014, o Brasil recebeu 100 milhões de dólares para o projeto. Todos os países que recebem o evento têm esse incentivo para o fomento do futebol.

Esse valor ficou bloqueado por um período, enquanto as denúncias de corrupção eram investigadas na CBF. Há dois anos, foi liberado.

Quando houve a autorização, Luísa foi contratada pela entidade. Antes, já havia feito outros projetos na área. “Eu comecei como estagiária em um escritório de arquitetura que era parte da equipe da Copa de 2014. Estávamos construindo e reformando os 12 estádios que teríamos para o Mundial e a Copa das Confederações. Então, eu conhecia algumas pessoas da CBF. Depois da Copa, fui gerente de infraestrutura do comitê da Copa América de 2019 no Brasil e durante esse processo, o contato foi estreitado. Boa parte dessa equipe migrou para auxiliar a entidade no projeto de candidatura para sediar o Mundial sub-17”, lembra.

Quando esse planejamento foi finalizado, Luísa começou a prestar serviços para a Fifa na Copa do Mundo do Catar. A pandemia chegou e a arquiteta precisou trabalhar remotamente, até que, há cerca de dois anos, a CBF fez o convite para o projeto dos centros de desenvolvimento com a reativação do fundo. “Entrei como gerente de infraestrutura e, no fim do mês passado, o presidente Ednaldo Rodrigues me convidou para assumir a diretoria de patrimônio".

Aos 33 anos, ela é a primeira mulher a assumir uma diretoria na CBF. “Fiquei muito feliz, é um reconhecimento por todo o trabalho que venho fazendo nesses últimos 12 anos. Na verdade, é um reconhecimento também dessa área de infraestrutura esportiva e da necessidade dela hoje no nosso futebol e no esporte como um todo no mundo. Feliz de ter a oportunidade de poder ajudar a melhorar, a investir, construir nossos centros, ajudar a infraestrutura da CBF, cuidar das nossas instalações”.

Luísa lamentou que a área de arquitetura esportiva ainda não seja tão procurada. “A maioria das pessoas nem conhece o arquiteto esportivo. Quando vão construir um estádio, um clube, uma academia, são poucos os que procuram e sabem que tem um arquiteto dedicado à parte técnica e ao estudo desse esporte. Então, essa é a grande dificuldade de quem é especializado na área porque muitas vezes só chamam a gente quando dá algum problema. É preciso entender que fazemos parte da criação e do desenvolvimento desse espaço como um todo, desde o início”.

A diretora fez parte do Comitê da Copa de 2022 como gerente de mapas e desenhos, responsável por projetos operacionais dos estádios, do centro de mídia e de outras instalações. Ela conta que o torcedor que for ao Catar vai encontrar edifícios muito modernos. “Tudo o que existe de melhor em tecnologia no mundo, eles tentaram levar para dentro dos estádios. São bens espaçosos - exceto dois que já existiam. Você vai ter fácil acesso, grandes áreas livres em volta. Dentro também o fluxo e a circulação são bons. Eles se planejaram há muito tempo, começaram muitos estádios do zero e procuraram no mundo todo os melhores arquitetos. Tem muita tecnologia e inovação com custo altíssimo. Só que para o Catar isso não é um problema".

Luísa Xavier da Silveira Rosa é formada em Arquitetura e Urbanismo na Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) e tem MBA em Marketing, Direito e Administração Esportiva no programa da FIFA/CIES.

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