A Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo aguarda a Polícia Militar apresentar as armas utilizadas durante operação do Bope no último domingo que terminou com 10 mortos no Complexo do Salgueiro, na Região Metropolitana.
O armamento vai passar por perícia. A delegacia já pediu a lista de todos os agentes que participaram da ação.
Moradores também serão intimados e devem prestar depoimento. A Polícia Civil ainda aguarda o resultado da perícia dos corpos, mas já antecipou que não há indícios de tortura.
Relembre o caso
A operação do Bope foi realizada no conjunto de favelas após a morte de um sargento da PM. Entre os mortos, Igor da Costa Coutinho, apontado pela Polícia Militar como um dos suspeitos de matar o agente.
Os nove corpos já foram identificados. Oito foram encontrados em área de mangue da comunidade e retirados pelos próprios moradores da região. Desses, quatro não tinham passagem pela polícia.
De acordo com a PM, um menor que não tinha registro de ocorrência era um dos quatro suspeitos que estavam utilizando roupas camufladas. Uma foto do jovem com um fuzil circula na internet. A Polícia Civil confirmou que a imagem é do adolescente.
A dona de um bar no Complexo do Salgueiro que preferiu não se identificar afirma que e o estabelecimento foi invadido por policiais e um recado foi deixado na porta, agradecendo pela recepção.
Procurada, a corporação ainda não se pronunciou sobre o episódio. O Ministério Público e a Defensoria investigam a ação da PM.
Considerado uma das regiões mais violentas do Rio de Janeiro, o Complexo do Salgueiro é formado por sete comunidades. Só neste ano, o conjunto de favelas registrou 42 confrontos, segundo a plataforma Fogo Cruzado. Em média, um tiroteio por semana.