A Justiça de Pernambuco negou a prisão de Sarí Corte Real, condenada a oito anos e seis meses de prisão por abandono de incapaz pela morte de Miguel Otávio de Santana, de 5 anos. A decisão foi publicada nesta segunda-feira (25).
Na sentença, o juiz Edmilson Cruz Júnior permitiu que a mulher recorra em liberdade da condenação proferida em primeira instância em maio deste ano. Os advogados que representam a família de Miguel vão entrar na Justiça contra a decisão.
O menino caiu do 9º andar de um prédio de luxo no Recife, em 2020. O filho de Mirtes Santana, empregada doméstica que trabalhava na casa de Sarí, estava sob os cuidados da então primeira-dama do município de Tamandaré enquanto a mãe dele passeava com a cadela dos patrões.
Imagens das câmeras do edifício mostram que a criança ficou sozinha no elevador e se deslocou de o quinto andar ao nono. Segundo laudos do Instituto de Criminalística, a ré apertou o botão e permitiu que Miguel saísse desacompanhado. Durante o depoimento, ela afirmou que apenas simulou o ato.
Sarí foi presa em flagrante pela Polícia Civil por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, mas pagou fiança no valor de R$ 20.000 e foi liberada.
Após o fim das investigações, o enquadramento do crime foi modificado e ela respondeu por abandono de incapaz com resultado em morte, com penas que variam de 4 a 12 anos de prisão.
Ainda em 2020, Sarí divulgou uma carta com pedido de perdão à mãe do menino.