Os advogados de Ronnie Lessa deixam a defesa do ex-policial militar após a homologação da colaboração premiada no Supremo Tribunal Federal, que trata do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Em nota, divulgada nesta quarta-feira (20), o escritório afirmou que não trabalha para delatores.
Em pronunciamento na terça (19), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, confirmou a homologação e disse que o caso deve ser solucionado em breve.
Ronnie Lessa, que é acusado de ser o executor do crime, teria apontado o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio Domingos Brazão como um dos mandantes do crime.
A motivação, segundo ele, seria a atuação da vereadora contra construções irregulares da milícia na Zona Oeste do Rio, onde o conselheiro disputava influência com o ex-vereador Marcello Siciliano.
Domingos Brazão negou qualquer envolvimento no crime. Em nota, a defesa do conselheiro do TCE afirmou que todas as informações que os advogados possuem foram obtidas apenas por meio de matérias jornalísticas e que também aguarda que os fatos sejam esclarecidos.
O nome de Brazão já tinha sido relacionado ao caso em 2019, quando ele foi acusado pela Procuradoria-Geral da República de tentar obstruir as investigações.
O irmão dele, o deputado federal Chiquinho Brazão, do União Brasil do Rio de Janeiro, também teria sido citado na delação premiada.
Em nota, o parlamentar disse estar surpreendido pelo que chamou de especulações. Ele ainda afirmou que o convívio com a vereadora sempre foi amistoso.
As mortes de Marielle e Anderson completaram seis anos no último dia 14 de março. Além de Lessa, outras três pessoas estão presas por envolvimento no crime.