O ex-vereador Jairinho e a mãe de Henry, Monique Medeiros, devem ser ouvidos no dia 9 de fevereiro no âmbito do processo que apura a morte do menino de quatro anos.
O interrogatório foi marcado após os depoimentos das testemunhas. Em dois dias de audiência, 14 pessoas foram ouvidas a pedido da defesa dos réus e uma a pedido da acusação.
Em outubro, outras 10 testemunhas de acusação prestaram depoimento. Duas pessoas que não compareceram à audiência poderão ser ouvidas em fevereiro a pedido dos advogados.
Monique e Jairinho, que estão presos acusados pela morte da criança, acompanharam as sessões e chegaram a se emocionar em alguns momentos.
O terceiro dia da audiência de instrução e julgamento do caso foi marcado pelo clima de tensão. Ainda pela manhã, os familiares da mãe da criança foram recebidos com gritos de protesto.
No início da tarde, um bate-boca se formou após o tio de consideração de Monique, Reinaldo César Pereira, mencionar o possível envolvimento do ex-vereador com a milícia.
A juíza Elizabeth Machado Louro chegou a pedir que um dos advogados tomasse um remédio.
O irmão de Monique, Bryan Medeiros, falou sobre um caso em que Jairinho teria agredido a irmã. Segundo ele, durante uma visita, Monique reafirmou o que disse em uma carta, quando relatou o momento em que o ex-vereador teria pulado o portão da casa dela e tentado enforcá-la. Ele ressaltou, no entanto, que não presenciou a cena.
Após o depoimento dele, os advogados de Monique tentaram ouvir a psicóloga forense Elisa Walleska da Costa, que chegou a ser contratada pela família após a morte. Após uma discussão, a juíza Elizabeth Machado Louro dispensou a testemunha.
O diretor do Departamento-Geral de Polícia da Capital, delegado Antenor Lopes, também depôs e defendeu a conduta do delegado Henrique Damasceno, responsável pelo caso.
A babá que costumava cuidar de Henry na casa dos avós em Bangu, Glauciane Ribeiro Dantas, disse que o menino era bem tratado e negou conhecer Jairinho.
A última a ser ouvida foi a mãe de Monique, Rosângela Medeiros. Ao ser perguntada pela juíza, ela afirmou que hoje acredita que Henry pode ter sido agredido no dia da morte.
Rosângela também disse que a filha costumava reclamar da ausência do pai de Henry, Leniel Borel, desde antes do nascimento da criança. Durante depoimento, ela ainda se referiu à filha como uma mãe muito amorosa e carinhosa.