Em nova carta ao delegado que investiga a morte do menino Henry Borel, de 4 anos, Monique Medeiros disse que foi manipulada e impedida de contar a verdade sobre o caso. A mãe da criança também pede para ser ouvida pela polícia mais uma vez.
O documento foi obtido pela reportagem do Grupo Bandeirantes.
Na carta, Monique afirma que não há dor maior do que perder um filho e diz que pede todos os dias a Deus para que tire seu ar para poder reencontrar Henry.
Em uma segunda carta, endereçada ao ex-marido e pai de Henry, Leniel Borel, Monique pede perdão e diz não saber o que estava acontecendo com o filho. Ela afirma ainda que, se pudesse voltar atrás, faria tudo diferente e até viveria uma vida simples, no fundo da casa dos pais, para ter Henry de volta.
As cartas foram escritas no dia 26 de abril.
Monique e o vereador Jairinho estão presos há quase um mês, pela morte do menino Henry, de 4 anos. A perícia revelou que a criança foi agredida até a morte.
Confira a íntegra das cartas:
CARTA DE MONIQUE AO PAI DE HENRY, LENIEL BOREL
"Leniel me perdoe por tudo! Eu não sabia o que estava acontecendo! Você foi casado comigo por 8 anos e sabe exatamente a pessoa que sou, a família que vim, os princípios que carrego e a mãe dedicada que fui para o nosso filho! Você, mais do ninguém sabe a mãe que sempre fui para o nosso Henry!
E se eu pudesse voltar atrás, fazer tudo novo, para tê-lo conosco, até no fundo da casa dos meus pais, tendo uma vida simples, mas com os sorrisos dele iluminando todas as nossas manhãs, eu faria! Faria tudo diferente...
Me perde por não ter sido mais do que eu pude ser. Pra você e para ele. Nique. RJ, 26/04/2021"
CARTA DE MONIQUE AO DELEGADO
"Senhor Delegado, peço humildemente que o Senhor me dê mais uma chance em ser ouvida. Preciso dar a versão verdadeira do que aconteceu! Esse relato é apenas um desabafo de uma mãe que clama pela verdade. Há muito a ser dito e há muito a ser esclarecido! Sem mentiras, sem treinamentos, sem inverdades. Eu estava sendo manipulada sem perceber; todas as vezes que tentava procurar uma maneira de me desvencilhar e tentar contar a verdade, eu era impedida... E foram muitas vezes!
Quando fui presa, fui humilhada, xingada, desmoralizada, fui apedrejada, fui ameaçada, mas fui libertada! Não existe dor maior ou pena maior do que perder um filho, não existe um deserto pior, não há um dia, que meu coração não sangre pela morte do meu filho amado.
Creio que todas as pessoas já tiveram suas perdas irreparáveis... Já perderam mães, pais, irmãos, filhos, familiares... Mas o meu Henry, foi arrancado de mim! Todos os dias peço para que Deus me tire o ar para eu poder reencontrar o meu tesouro no reino dos céus.
Sou uma mãe desesperada que daria qualquer coisa para eu ter o meu filho em meus braços novamente!
Naquela cela, daquele presídio, pude me reconectar com Deus! Pedir perdão pelos meus pecados, reconhecer minhas falhas, minhas limitações, meus erros e meus acertos. E Ele me mostra todos os dias, que só com o caminho da verdade, que o mal poderá ser vencido!
Eu preciso dizer toda a verdade que há em meu coração! Eu imploro! Mesmo sendo imperfeita, quero provar que sou verdadeira.
Eu e minha família somos tementes a Deus, somos crentes de que a justiça será feita e eu creio no Deus que faz tudo novo!
Não quero fugir das minhas responsabilidades, mas quero ser julgada pelo que é certo, contribuindo e fazendo todo o possível para ajudar em tudo que eu puder! Me dê mais uma chance. Eu imploro!
RJ, 26/04/21. Monique Medeiros da Costa e Silva."