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Caso Americanas: ex-diretora da empresa assinou documentos que descreviam fraude

Os materiais constam em um relatório do Ministério Público Federal

Por Giovanna FariaDaniel Henrique

Caso Americanas: ex-diretora da empresa assinou documentos que descreviam fraude
Divulgação

A ex-diretora da empresa Americanas acusada de crimes financeiros recebia e-mails sobre o esquema e assinou um documento em que eram expostas as informações da maior fraude da história do mercado financeiro do Brasil, estimada em mais de 25 bilhões de reais. Os materiais constam em um relatório do Ministério Público Federal.  

Anna Christina Ramos Saicali foi alvo de uma operação da Polícia Federal na quinta-feira (27) e está foragida. A PF acredita que ela esteja em Portugal. 

Por meio de trocas de e-mails, o MPF encontrou documentos que faziam referência ao uso de risco sacado, que foi utilizado como uma manobra para maquiar as informações que seriam divulgadas ao mercado. Ao mesmo tempo que o material mencionava que o consumo de caixa era de R$ 3,1 bilhões em 2022, uma conta ao lado mostrava que o consumo real seria de R$ 6,5 bilhões.

Além disso, ainda segundo o MPF e o inquérito policial, Anna e outros suspeitos assinaram, em 2017, uma carta de representação com informações conhecidamente falsas acerca do risco sacado. 

Anna foi incluída na Difusão Vermelha da Interpol, lista de procurados mundialmente.

De acordo com a Polícia Federal, Anna teria aumentado o capital social da empresa mediante transferência de (6) imóveis que possuía, em valor conjunto de quase R$ 8 milhões, em 2019. Já em janeiro de 2023, Anna teria aumentado novamente o capital em R$ 3 milhões. Na mesma ocasião, a ex-diretora, que até aquele momento era a administradora da empresa detendo 99,9% das quotas, teria doado todas as suas quotas para seu filho, ficando com apenas uma única quota, instituindo em seu favor um usufruto vitalício das 13 milhões de quotas doadas.

A PF indica ainda que houve significativa movimentação no patrimônio de Anna, em janeiro de 2023.

Segundo as investigações, o ex-CEO da empresa Americanas, Miguel Gutierrez, também participava do esquema. Ele estava foragido e foi preso em Madri, na Espanha, nesta sexta-feira (28).

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