A Secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Leite Melo, pede cautela quanto a realização dos festejos do Carnaval de 2022 e afirma que a pasta não recomenda, no momento, a realização da folia. A declaração foi dada em audiência pública na Câmara dos Deputados na tarde desta quarta-feira (8).
“Não apenas a vacinação, mas nós temos que associar medidas, como bem falado diuturnamente pela Organização Mundial da Saúde, medida de distanciamento, barreiras no caso de máscaras, higiene. Infelizmente, nesse tipo de festa isso será praticamente impossível de se conseguir. É extremamente arriscado, por tudo que já passamos, fazer esse tipo de comemoração no atual momento”, disse a representante da Saúde durante a Comissão de Turismo da Câmara.
Rosana ainda completou: “Estamos em dezembro. Até fevereiro ou março as coisas podem mudar. Mas, hoje, a nossa posição é que isso [a realização do Carnaval] seja pensado com extrema cautela e nós não recomendamos”.
Diferentes cidades brasileiras já anunciaram o cancelamento da festa do momo previsto para o fim de fevereiro e o início de março do próximo ano. Cidades que realizam grandes festas como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife ainda não bateram o martelo quanto a realização ou não do carnaval.
O surgimento da variante Ômicron do coronavírus, que parece ser mais transmissível e com capacidade de escapar de algumas vacinas, colocou prefeitos em alerta para a possibilidade de uma nova onda de contaminações que pode surgir após as aglomerações provocadas pela folia.
A Secretária de Enfrentamento à Covid-19 destacou que o país tem bons índices de vacinação contra a doença, mas disse que ainda é preciso avançar na imunização, inclusive da terceira dose, para aumentar a segurança da população.
Rosana Leite destacou que grandes aglomerações e pessoas não vacinadas podem gerar novas variantes. Por isso, festejos populares neste momento devem ser evitados pelo bem coletivo.
A representante da Anvisa na reunião convocada pelos deputados para discutir a viabilidade da realização do carnaval, a diretora adjunta Daniela Cerqueira, reforçou que a orientação da agência é a implantação do passaporte da vacina para os viajantes estrangeiros.
Ela falou que a medida é uma precaução para evitar o espalhamento de nova variantes, visto que cidadãos vacinados tem menor predisposição para a infecção causada pelo coronavírus.
Embora a Anvisa tenha orientado o Palácio do Planalto quanto a adoção do comprovante de vacinação, o presidente Jair Bolsonaro, que é quem pode emitir uma portaria sobre o tema, é contra a medida. O governo chegou a anunciar uma quarentena de cinco dias para não vacinados, mas detalhes da medida ainda não foram divulgados.