“Caos! Situação é pior do que imagens retratam”, afirma prefeito de Muçum-RS

Cidade teve 80% da área destruída e está sem estrutura para receber doações

BandNews FM

“Quando a gente chega na cidade, é muito pior do que as imagens retratam. A gente não consegue ter uma noção do que era e do que ficou. A cidade tem ruas inteiras em que não sobrou nenhuma residência. É uma situação caótica”. As palavras são do prefeito de Muçum sobre as imagens da tragédia que chocaram o Brasil. Em entrevista à BandNews FM, o prefeito Mateus Trojan afirmou que um único bairro, o Jardim Cidade Alta, não foi afetado pelos temporais.

O município com cerca de 5 mil habitantes foi um dos mais atingidos pelo ciclone no Rio Grande do Sul e contabiliza 14 mortos e 9 pessoas desaparecidas. O prefeito da cidade destacou que os moradores ainda estão “tentando entender o que perderam, o que restou, como podem agir e recuperar os seus espaços”. A região está sem fornecimento de energia elétrica e água potável, além de incomunicável por causa das falhas nas torres de telefonia. Um gerador deve ser instalado nos próximos dias para recuperar o sinal de telefone na região. 

“É um caos”, resumiu Trojan. “As pessoas estão com suas perdas pessoais, atônitas com o prejuízo, mas também apavoradas vendo que a cidade está totalmente destruída”, acrescentou.

Muçum recebeu donativos e voluntários estão ajudando nas buscas e na retirada de entulho das ruas do município. Trojan ressaltou que a cidade não tem estrutura para receber novas doações no momento.

"Pessoas que têm donativos e pretendem se deslocar para Muçum, peço, por favor, para que não o façam. A cidade está um caos, estamos com muita gente trabalhando, com muitas doações e equipes para descarregar mantimentos”, reforçou. O pedido é para que mantimentos e outros itens só sejam levados para região após o feriado de 7 de Setembro.

Os moradores desabrigados estão sendo levados para espaços públicos, mas a maioria foi para a casa de familiares ou amigos. "Praticamente todo mundo que a gente conhece das áreas que não foram atingidas revela que tem até 3 ou quatro famílias na sua residência. Na garagem, na sala... Adaptaram suas residências para receber essas pessoas”. Além dos voluntários, equipes do Exército, bombeiros e outras autoridades estão atuando na cidade. As aulas estão suspensas e só devem ser retomadas “em algumas semanas”.

O ciclone extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul deixou ao menos 39 mortes, segundo balanço divulgado pela Defesa Civil do estado na manhã desta quinta-feira (7). Uma morte também foi registrada em Santa Catarina, totalizando 40 mortes na região Sul.