O governo do Canadá começa a investigar uma empresária que prometia fornecer vacina contra Covid-19 às comunidades indígenas do País. Desde fevereiro deste ano, o governo canadense emitiu alertas de fraude sobre a tentativa de venda de vacinas fora do processo de compras governamentais.
E, ao questionar essa empresária sobre como ela iria obter as doses, ela argumentou que negociava com uma empresa do Texas, a Davati Medical Supply.
As informações sobre essa investigação no Canadá foram dadas pela rede de rádio e TV canadense CBS News.
A emissora conversou com Herman Cardenas, dono da Davati, que confirmou se comunicar com Liddy sobre a obtenção de vacinas.
Herman Cardenas - é o mesmo CEO que aparece como destinatário dos e-mails enviados à Davati pelo agora funcionário exonerado do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias. O governo negociava a compra de 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca com um intermediário da Davati.
A AstraZeneca diz que atualmente "não há fornecimento, venda ou distribuição do setor privado" de sua vacina.
Luiz Paulo Dominguetti disse ter se encontrado em fevereiro com o diretor de Logística da pasta, Roberto Ferreira Dias. Na época, segundo ele, Dias – que foi exonerado do cargo após a denúncia – teria pedido US$ 1 de propina por dose; o suborno chegaria a R$ 1 bilhão. O ex-diretor teria sido indicado pelo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, que nega a indicação.
A Davati, em nota, ressaltou que Dominguetti atuou como vendedor autônomo, intermediando a negociação da venda de vacinas com o governo federal, apresentando Dias, mas que não tem vínculo empregatício com o local.
A empresa afirma que não tem conhecimento sobre a denúncia de propina para a aquisição dos imunizantes e que as tentativas de negociações aconteceram por iniciativa própria.