O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu nesta terça-feira (25) o patamar de 13,75% da taxa básica de juros. O comandante da autoridade monetária participou de uma audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal.
O economista defendeu o que chamou de atuação “técnica” do BC no combate à inflação e na modulação dos juros. Segundo Campos Neto, o Brasil teria uma inflação de 10% em 2022, e não de 5,8%, e Selic de 18,75% se decisões não tivessem sido tomadas no ano eleitoral.
A taxa de juros no país está no patamar mais alto dos últimos seis anos. A elevação da Selic é utilizada para autoridade monetária para conter a escalada dos preços, já que encarece financiamentos e reduz a circulação de recursos na economia.
Campos Neto tem sido alvo e críticas do presidente Lula, que afirma que a taxa nesse patamar impede o crescimento do país.
O presidente do Banco Central afirmou ainda não ser possível apresentar uma previsão para a redução dos juros: “As condições para a revisão ainda não foram apresentadas”, disse.
Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária se reúne para discutir a Selic.
"Escuto que se baixar a Selic, melhoram as condições de crédito. Não. Vai melhorar e se eu tiver credibilidade com o que faço na Selic. Eu controlo os juros de um dia [Selic], e todo o resto da curva de juros é determinada pelo preço que as pessoas querem emprestar ao governo”, rebateu o presidente do BC.
Campos Neto ainda afirmou: “Acredito no equilíbrio fiscal e social. Não tem como ter equilíbrio no país sem ter equilíbrio social, mas temos recursos limitados”.
O Ministério da Fazenda enviou ao Congresso Nacional o projeto com a nova regra fiscal em substituição ao teto de gastos. O governo afirma que o arcabouço fiscal dará mais credibilidade às contas públicas e permitirá a redução dos juros.