Campanha busca mudar o significado da palavra 'lixo' no dicionário

Alteração quer adicionar a definição: “Qualquer material que ainda não pode ser reciclado, reutilizado ou compostado”

Rádio BandNews FM

Campanha busca mudar o significado da palavra 'lixo' no dicionário
Mudança busca ressignificar o significado da palavra lixo
Foto: Agência Brasil

Na semana do Meio Ambiente, a palavra lixo ganhou um novo significado no dicionário Houaiss e no serviço Alexa da Amazon com o objetivo de dar uma nova definição para a palavra.

O objetivo é tentar mudar a imagem que se tem dos artigos que são descartados para incentivar a reciclagem. Com isso o lixo que era definido como “objeto sem valor ou utilidade que se joga fora” passa a significar “qualquer material que ainda não pode ser reciclado, reutilizado ou compostado.” A campanha é realizada pelo movimento “Juntos pela Reciclagem”. 

A ressignificação da palavra está associada a mudar a relação do Brasil com a reciclagem. Em 2022 o país reciclou 4% da cerca de 82 milhões de toneladas de resíduos produzidos. O restante foi encaminhado para aterros controlados e lixões a céu aberto.

Como solução ao problema, o Ministério do Meio ambiente e Mudança do Clima (MMA) criou, nesta terça-feira (6), a Comissão Nacional de Incentivo à Reciclagem (CNIR), que será responsável pelo estabelecimento de diretrizes para esta atividade no Brasil.  

O MMA presidirá a comissão, que terá também representantes das pastas do Trabalho e Emprego; da Previdência Social; da Integração e do Desenvolvimento Regional; e da Fazenda; além de acadêmicos, parlamentares, empresários e representantes da sociedade civil.

Segundo a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, a produção brasileira de resíduos sólidos está em cerca de 60 milhões de toneladas por ano, o que corresponde à média de 1 quilo de resíduo por pessoa, ao dia, no Brasil.

Como parte da solução de uma economia circular, primeiramente, Marina Silva defende a redução do uso de materiais e o reuso deles. Posteriormente, já no fim da vida útil das matérias-primas, a ministra incentiva o reaproveitamento dos resíduos sólidos como parte de uma economia circular.

“Ainda que tenha esforços para reciclagem do plástico, ainda é muito pouco o que se consegue, face a grande quantidade do que se consome. Por isso, o trabalho dos recicladores e catadores é muito importante. Infelizmente, não estamos fazendo uma economia circular no planeta”, afirmou.