Parte da base aliada do governo na Câmara dos Deputados trabalha para votar nesta semana, a segunda de dezembro, os projetos que estabelecem cortes nos gastos da União. No entanto, as propostas demandam negociação para garantir apoio suficiente para aprová-las.
Duas propostas estão em pauta: um projeto de lei enviado pelo presidente Lula que prevê reajuste do salário mínimo acima da inflação, com limite de 2,5% ao ano, e o projeto de lei complementar do governo que condiciona novos benefícios tributários ao equilíbrio fiscal, permitindo também o bloqueio de emendas parlamentares quando houver cortes em outras despesas.
Na última quarta-feira (04), as urgências para esses textos foram aprovadas em uma votação apertada, após reuniões de última hora. Isso permite que os projetos sejam analisados diretamente no plenário. A meta do governo é aprová-los ainda em 2024, apesar de resistências no Congresso.
O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), alega que a proposta não afetará benefícios destinados à população. Por outro lado, a oposição, liderada pelo deputado Filipe Barros (PL-PR), afirma que os cortes penalizam os mais pobres.
A base aliada enfrenta desafios internos, com legendas governistas demonstrando insatisfação com as medidas. Para garantir a aprovação, o presidente Lula pode recorrer à liberação de emendas parlamentares e ajustes na composição ministerial.
O resultado dependerá de articulações intensas nos próximos dias. O recesso parlamentar está previsto para começar em 23 de dezembro.