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Câmara de Caxias do Sul abre processo de cassação contra Sandro Fantinel

Vereador ofendeu vítimas de trabalho análogo à escravidão em vinícolas do RS

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Câmara de Caxias do Sul abre processo de cassação contra Sandro Fantinel
Vereador Sandro Fantinel
Reprodução

A Câmara de Vereadores de Caxias do Sul votou favoravelmente ao pedido que pode cassar o mandato de Sandro Fantinel (sem partido). O texto será analisado por três vereadores que foram sorteados para compor um subgrupo vinculado à Comissão de Ética da Câmara do município.

Esse colegiado terá até cinco sessões para apreciar a matéria. Em seguida, se abre prazo por mais cinco sessões para que o vereador apresente sua defesa. Após esse trâmite, será avaliado se o processo deve ser arquivado ou encaminhado ao presidente da Câmara. A renúncia não interrompe e nem invalida o processo de cassação.

Na última terça-feira (28 de fevereiro), Fantinel usou a tribuna da Câmara de Vereadores para pedir que os produtores da região "não contratem mais aquela gente lá de cima", se referindo a trabalhadores vindos da Bahia. A maioria dos trabalhadores vítimas de trabalho análogo à escravidão na colheita da uva em Bento Gonçalves veio do estado nordestino.

O parlamentar defendeu ainda a contratação de argentinos que, segundo ele, seriam limpos, trabalhadores, corretos, cumprem o horário, mantêm a casa limpa e no dia de ir embora ainda agradecem ao patrão. Fantinel completou dizendo que a única cultura que os baianos têm “é viver na praia tocando tambor.”

Sandro foi expulso do Partido Patriota e um boletim de ocorrência contra ele foi registrado pelo deputado estadual gaúcho Leonel Radde (PT). O Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Sul também anunciou que investigará o parlamentar por apologia ao trabalho escravo.