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Brasileiros se concentram em cidades grandes; Rio e Salvador perdem moradores

Censo 2022 revela concentração da população no Sudeste, mas Centro-Oeste atraiu mais moradores

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Brasileiros se concentram em cidades grandes; Rio e Salvador perdem moradores
Foto: divulgação/Governo de SP

A população brasileira se concentra nas maiores cidades do país. Os dados do Censo 2022 divulgados nesta quarta-feira (28) revelam que os 41 municípios com mais de 500 mil habitantes abrigam 29% dos 203,1 milhões de residentes no Brasil. Estas cidades representam apenas 0,74% das 5.570 áreas urbanas do país.

Em 12 anos, o acréscimo populacional foi de 6,5% (12,3 milhões de pessoas). A média anual de crescimento atingiu o menor valor desde 1872, quando a primeira edição do levantamento demográfico foi concluída no Brasil - alta de 0,52% ao ano.

O Sudeste concentra 84,8 milhões de habitantes, ou 41,8% dos brasileiros. Já o Norte, que representa mais de 40% do território nacional, abriga apenas 17,3 milhões de pessoas. A região é a menos populosa.

Os municípios com mais de 100 mil habitantes abrigam 124 milhões de pessoas, embora representem pouco mais de 5% das cidades do país.

Neste quesito, destaque para o crescimento de Senador Canedo, em Goiás, que chegou aos 155 mil habitantes - a cidade registrou a maior elevação proporcional medida pelo IBGE. Na sequência aparecem Fazenda Rio Grande, no Paraná, com 148 mil habitantes, e Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, com 107 mil moradores. Todos os municípios tiveram elevação de 80% na população em 12 anos.

O que mudou no Censo de 2010 para 2022?

O Censo 2022 foi finalizado apenas em maio deste ano. Foram visitados mais de 106 milhões de endereços no país. O atraso na confecção da pesquisa, prevista inicialmente para 2020, evidencia movimentos recentes influenciados pela imigração, como o crescimento de 45% na população de Boa Vista. A capital de Roraima convive com centenas de imigrantes venezuelanos por conta da crise econômica no país vizinho. Inseridos na sociedade, o movimento provoca transformações da sociedade.

Enquanto isso, São Gonçalo, no Rio de Janeiro, e Salvador, na Bahia, tiveram as maiores reduções populacionais proporcionais entre 2010 e 2022. O aumento da violência e a estagnação econômica podem explicar o movimento da população. A capital fluminense registrou a segunda maior queda absoluta no número de habitantes. Cerca de 200 mil pessoas deixaram a cidade em 12 anos.

Entre os dez municípios mais populosos do país, cinco perderam população entre 2010 e 2022: Rio de Janeiro (-1,7%), Fortaleza (-1,0%), Salvador (-9,6%), Belo Horizonte (-2,5%), Recife (-3,2%).

São Paulo segue como o município mais populoso do país e tem também o maior número de domicílios: 4,9 milhões. Frente a 2010, o crescimento foi de 27%.

A densidade demográfica do país foi estimada em 23,8 habitantes por quilômetro quadrado (km²). Essa densidade populacional continua desigual entre as regiões. No Norte, que tem área de 3 850 593 km², ou 45,2% do território do país, a densidade é de 4,5 habitantes/km². Já na região mais populosa, o Sudeste, a média é de 91,8 habitantes por quilômetro quadrado.