O brasileiro que tentou matar a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, afirma que agiu sozinho e que não se arrepende do crime. As declarações foram dadas nesta terça-feira (14) à imprensa argentina.

É a primeira vez que Fernando Sabag Montiel se pronuncia publicamente sobre o fato desde que foi preso pelo crime.

Em 1º de setembro do ano passado, oito dias após o Ministério Público ter pedido a condenação de Cristina Kirchner por corrupção, o brasileiro apontou um revólver para o rosto da vice-presidente no momento em que ela cumprimentava apoiadores na porta da casa dela. Montiel chegou a disparar, mas a arma falhou.

Nas declarações, ele afirmou que tentou assassinar Cristina Kirchner "por causa da situação do país" e atribuiu o insucesso da ação pelo nervosismo dele. "Em vez de tirar a trava, imagina o nervosismo de estar em um lugar e de puxar o ferrolho, puxei o trinco para trás e quando apertei o gatilho não saiu porque no meio de tanto tumulto, eu estava nervoso", disse Montiel.

A Justiça considerou que o ataque foi planejado pelo brasileiro e a namorada dele, Brenda Uliarte, que também está presa. Uma terceira pessoa, Nicolás Carrizo, amigo do casal e líder da chamada "banda de los copitos", vendedores ambulantes de algodão-doce, serviço que Sabag e sua namorada declararam exercer, foi detido por envolvimento no crime.

O caso ainda está em fase de investigação antes de ser levado a julgamento. O procurador do processo, Carlos Rívolo, solicitou novas perícias no celular de Montiel. O conteúdo do aparelho teria sido apagado por engano nas primeiras manipulações feitas pela polícia.