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Brasileira descreve tentativa de golpe na Bolívia: "Um episódio aterrorizante"

Karla Burgoa, jornalista boliviana brasileira, falou sobre a tarde da última quarta-feira (26), em que parte do Exército boliviano tentou tomar o poder do presidente Luis Alberto Arce

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Karla Burgoa, jornalista boliviana brasileira, concedeu uma entrevista à BandNews FM e falou sobre a situação da Bolívia no dia seguinte após uma tentativa de golpe de Estado que os militares protagonizaram na última quarta-feira (26).

Segundo a periodista, as movimentações vividas durante a ida de tanques de guerra ao palácio presidencial e os confrontos entre militares e civis nas ruas da capital La Paz foi "um dos episódios mais aterrorizantes da história recente da Bolívia".

"A gente passou por uma crise de instabilidade terrível em 2019, passamos por uma instabilidade em 2020, durante pandemia. Mas ontem, muita gente não esperava um evento de tamanha magnitude. Uma tentativa de golpe de Estado pelos militares, uma tentativa de tomada de poder", disse.

Bugoa explicou que nesta tarde, o ministro do Interior, Eduardo del Castillo, informou a população de que o governo havia sido avisado de que uma insurgência estaria sendo organizado contra o governo de Luis Arce. No entanto, a cúpula da presidência não imaginou que se tratava do Exército local. "Ninguém esperava que fosse dessa magnitude. Estamos passando por uma instabilidade econômica, mas não esperávamos tamanha intervenção", completou.

De acordo com Karla, La Paz amanheceu nesta quinta-feira (27) "mais tranquila", e os generais que participaram do motim deverão responder pelos crimes de "terrorismo e ameaça armada contra a seguridade do Estado".

"O que percebo até o momento é que as pessoas não estão apoiando os militares. Aqui, há uma divisão da ala 'arcista', apoiadores de Luis Arce, e os apoiadores do [ex-presidente] Evo Morales, os 'evistas'. As pessoas defendem que Luiz Arce precisa terminar o governo. Não vi, não percebi esse apoio a uma intervenção, vi um apoio maior que Arce foi eleito democraticamente e precisa terminar seu mandato", finalizou.

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