Uma jornalista brasileira que está no Catar participando da cobertura da Copa do Mundo foi atacada por torcedores do Irã. Em entrevista à Rádio BandNews FM nesta quinta-feira (01), Domitila Becker comentou o caso. A jornalista disse que estava na torcida iraniana para sentir o clima do jogo entre Irã e Estados Unidos e desde os primeiros momentos contou ser vigiada e perseguida. Chegou a ter o celular arrancado das mãos por um torcedor.
A jornalista afirmou ter sido uma tensão inédita para ela em uma cobertura. “O que mais me assuntou foi que eu jamais havia presenciado esse terror. Nunca tinha vivenciado nada parecido”
A repórter explicou que o governo do Irã está monitorando as mulheres iranianas na Copa do Catar e isso também alimenta as hostilidades. Ao tentar entrevistar uma iraniana, a torcedora respondeu em inglês sobre a Copa, mas perguntada sobre as tensões políticas no país de origem, afirmou não saber o idioma e desconversou.
Domitila Becker chamou a atenção para a ação da polícia catari no caso. A jornalista disse que os guardas a acusaram de estar usando uma camisa que provocava os agressores e por isso foi atacada. “Eles [polícia local] não estavam preparados para lidar com essa situação. Tudo que eles me relataram foi que a minha camisa, que tinha as palavras mulher e liberdade, estava provocando. Como que uma camiseta dessa pode ser um problema?”.
A jornalista conversou com Carla Bigatto, Glenda Kozlowski e Luiz Megale no BandNews São Paulo.