A ministra da saúde, Nísia Trindade, destacou a necessidade de uma ação conjunta entre o ministério, secretarias estaduais e municipais para o combate às arboviroses, doenças que incluem os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela.

Segundo dados atualizados pelo ministério da Saúde nesta terça-feira (30), só nas quatro primeiras semanas de 2024, mais de 217 mil casos de dengue foram registrados no Brasil. Um dado que representa quase o quíntuplo de notificações do mesmo período em 2023, quando 44.752 casos de dengue foram contabilizados. 

No Painel Público de Monitoramento de Arboviroses, lançado pelo Ministério da Saúde em dezembro de 2023, que apresenta dados em tempo real sobre casos prováveis, óbitos, taxa de letalidade, incidências e hospitalizações por dengue, zika e chikungunya, foram registrados 15 mortes pela doença neste ano e 149 óbitos seguem em investigação. Com 71.779 casos, a terceira semana de janeiro teve o maior número de casos prováveis de dengue. 

Para a coordenadora-geral de Vigilância de Arboviroses do Ministério da Saúde, Lívia Carla Vinhal, o aumento de casos de dengue e chikungunya no Brasil tem vários fatores que o favorecem, como as altas temperaturas, que aumentam a taxa de replicação do vírus no vetor, como o ressurgimento recente dos sorotipos 3 e 4 do vírus da dengue no Brasil, e o período de incubação do mosquito. 

Entre o público com maior número de internações pela doença, adolescentes de 10 a 14 anos serão o público-alvo para ser vacinado com a Qdenga (TAK-003), imunizante contra a dengue desenvolvido pelo laboratório japonês Takeda Pharma, que, segundo a ministra da saúde, Nísia Trindade, deve começar a ser aplicado em fevereiro deste ano, incluindo os municípios de grande porte, aqueles com mais de 100 mil habitantes, e com classificação de alta transmissão de dengue do tipo 2. As chamadas “regiões de saúde”, também estão na lista.

O registro do imunizante foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023, e o Brasil se torna o primeiro país no mundo a incluir um imunizante contra a dengue a um sistema público de saúde, em programa nacional. No Brasil, a vacina foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS).