Brasil registra média de mais de uma troca de bebês em maternidade por dia

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística apontam para um caso de troca de bebês a cada seis mil nascimentos; no último ano, estimasse que mais de 400 bebês foram trocados

Brasil registra média de mais de uma troca de bebês em maternidade por dia
Em média, Brasil registra mais de um caso de troca de bebês por dia
Arquivo/Agência Brasil

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que a cada seis mil nascimentos no Brasil, um bebê é trocado na maternidade. Nos últimos anos, o país registra uma média de 2.5 milhões de nascimentos por ano. Com isso, estima-se que mais de 400 pais deixem a unidade hospitalar com uma criança que não é o filho biológico - mais de uma troca por dia.

Apesar da criação de uma legislação própria, formulada em 2018 para evitar a situação, dois casos recentes chamam a atenção para a falha em protocolos de segurança.  

Em Inhumas, no estado de Goiás, a polícia investiga o caso de duas crianças, hoje com três anos de idade, que foram trocadas em uma instituição particular. Um novo exame de DNA confirmou a situação e os casais não pretendem destrocar os meninos.  Já em Alagoas, a polícia também investiga outra troca de bebês, que hoje estão com dois anos, na cidade de Arapiraca.

Há seis anos, o Conselho Nacional de Justiça e o Ministério da Saúde tornaram obrigatória a biometria dos recém-nascidos - o carimbo do pezinho - ou a identificação digital do bebê, junto com as digitais da mãe.  

As imagens são armazenadas no cartório onde a criança é registrada. Além disso, ainda dentro da maternidade, o bebê deve usar uma pulseira de identificação com o nome dele e da mãe. 

Na análise do advogado e ex-secretário nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Ariel Castro Alves, falta o cumprimento das normas. "Se elas fossem, de fato, praticadas, não teríamos esses casos gravíssimos e traumáticos que temos vistos de trocas de bebês", declarou o especialista.

Caso uma troca aconteça, os profissionais da saúde que ficaram responsáveis pela criança ou mesmo os diretores da instituição podem responder criminalmente pelo erro. A Justiça decide quem fica com a guarda das crianças, considerando cada caso. Já os pais podem pedir indenização.

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