Os governos do Brasil e da China anunciaram nesta quarta-feira (29) a criação de uma câmara de compensação para fechar negócios e financiamentos entre os dois países em suas moedas originais, sem o uso do dólar. A medida tem como objetivo reduzir os custos das transações.
Em 2022, os dois países movimentaram U$ 150 bilhões, o equivalente a R$ 780 bilhões.
No fim de janeiro, os bancos centrais do Brasil e da China assinaram um memorando que estabelece uma clearing house em território brasileiro. Trata-se de um banco escolhido pelo governo chinês e com liquidez na moeda chinesa para fazer a compensação das divisas diretamente, sem transacionar pelo dólar, e que podem ser usados por importadores e exportadores.
Esse tipo de movimentação faz parte de uma tentativa do governo da China de reduzir a dependência do dólar e aumentar a circulação do yuan. Recentemente, o presidente Xi Jinping firmou acordos parecidos com Arábia Saudita e Rússia.
Esse tipo de acordo tem se tornado comum no mundo. Na América do Sul, por exemplo, o Chile e a Argentina possuem acordos similares. Os Estados Unidos também contam uma clearing house para fazer troca direta da moeda, indicada pelo Banco Central da China.