Uma nota conjunta divulgada nesta quinta-feira (01) por Brasil, Colômbia e México reitera o pedido da comunidade internacional para a divulgação das atas eleitorais do pleito presidencial realizado na Venezuela.

De acordo com o comunicado, cabe ao governo venezuelano sanar todas as dúvidas sobre a lisura do processo. "O princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado mediante a verificação imparcial dos resultados", diz trecho da nota.

As autoridades também defendem cautela em protestos organizados pela oposição na Venezuela. "Fazemos um chamado aos atores políticos e sociais a exercerem a máxima cautela e contenção em suas manifestações e eventos públicos, a fim de evitar uma escalada de episódios violentos", afirma o comunicado.

Também nesta quinta-feira, Nicolás Maduro solicitou um telefonema com o presidente Lula para discutir a situação eleitoral no país. A conversa ainda não tem data para ser realizada, mas, nos bastidores, Lula não se opõe ao diálogo.

Os três países têm influência na geopolítica da América Latina, e podem trabalhar como mediadores do conflito com países que não reconheceram a vitória de Maduro, como Argentina e Peru.

O governo venezuelano expulsou as representações diplomáticas de sete países que questionam a transparência do processo eleitoral.

Confira a nota na íntegra:

"Os governos do Brasil, Colômbia e México felicitamos e expressamos nossa solidariedade com o povo venezuelano, que compareceu massivamente às urnas em 28 de julho para definir seu próprio futuro.

Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação.

As controvérsias sobre o processo eleitoral devem ser dirimidas pela via institucional. O princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado mediante a verificação imparcial dos resultados.

Nesse contexto, fazemos um chamado aos atores políticos e sociais a exercerem a máxima cautela e contenção em suas manifestações e eventos públicos, a fim de evitar uma escalada de episódios violentos.

Manter a paz social e proteger vidas humanas devem ser as preocupações prioritárias neste momento.

Que esta seja uma oportunidade para expressar, novamente, nosso absoluto respeito pela soberania da vontade do povo da Venezuela. Reiteramos nossa disposição para apoiar os esforços de diálogo e busca de acordos que beneficiem o povo venezuelano."