Brasil bate recorde de mortes violentas em 2020, aponta Anuário de Segurança

Na pandemia, letalidade policial é tipo que mais cresceu em números

83% são de homicídios dolosos, e a letalidade policial aparece na sequência, com 12,8%. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
83% são de homicídios dolosos, e a letalidade policial aparece na sequência, com 12,8%.
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Após dois anos com queda nos números de mortes violentas, o Brasil volta a registrar alta em 2020. É o que mostra a 15ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. O crescimento foi de 4% em relação a 2019. A taxa de mortes violentas intencionais foi de 23,6 por 100 mil habitantes.

Ceará, Bahia, Sergipe e Amapá lideram o ranking. 76% das vítimas são negras, 54% são jovens, e 91% são homens. As menores taxas foram observadas em São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais e Distrito Federal.

A categoria soma homicídios dolosos, quando há a intenção de matar, latrocínios, os roubos seguidos de mortes, lesões corporais seguidas de morte, e mortes decorrente de intervenções policiais.

83% são de homicídios dolosos, e a letalidade policial aparece na sequência, com 12,8%. Foram mais de 6.400 mortes pelas Polícias Militar e Civil, contando casos de agentes de folga ou em serviço, o que representa um aumento de 1% na comparação com o ano anterior.

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública, responsável pela publicação do levantamento, aponta que morreram mais policias por covid-19 do que assassinados: foram 472 pela doença, contra 194 por violência. 72% dos assassinatos contra agentes de segurança foram cometidos durante folgas.