O primeiro-ministro do Reino Unido afirma, pela primeira vez, que pode renunciar ao cargo, mas volta a afirmar que não vai desistir do governo.
A declaração ocorre após uma debandada de ministros que até então apoiavam Boris Johnson. A reação é um reflexo da nomeação como secretário de Christopher Pincher. Ele é acusado de abuso sexual por apalpar, bêbado, dois homens na semana passada.
Pelo menos quinze ministros e assessores do premiê britânico já renunciaram, incluindo os responsáveis pelas pastas da Saúde, Finanças, o Procurador-Geral e o vice-presidente do Partido Conservador, o mesmo do primeiro-ministro.
Protestos contra Boris Johnson foram realizados nesta quarta-feira (06) em frente ao Parlamento do Reino Unido. Uma delegação de ministros do Gabinete planeja se encontrar com o premiê para pressioná-lo a renunciar, segundo informações da mídia britânica.
O primeiro-ministro britânico já sofre pressão por conta do chamado caso “Partygate ”, quando ele desrespeitou as normas sanitárias vigentes por conta da pandemia de coronavírus ao promover uma festa. Boris Johnson ainda enfrenta uma investigação parlamentar para determinar se o político mentiu para os parlamentares sobre o assunto.
O escândalo gerou uma crise no governo e o político precisou enfrentar até mesmo uma moção de desconfiança no Parlamento. O mecanismo é uma consulta se os deputados confiam que o premiê tem capacidade para permanecer liderando o governo. Johnson acabou saindo vencedor, mas sua popularidade ficou bastante abalada.