Depois de participar do tradicional desfile cívico-militar na Esplanada dos Ministérios, o presidente Jair Bolsonaro subiu em um trio elétrico e fez um discurso com tom de campanha eleitoral. Ao lado de aliados e da primeira-dama, Michele Bolsonaro, o presidente atacou adversários políticos, pediu que os apoiadores mudassem votos de eleitores de outros candidatos e disse que o país vive uma luta "entre o bem e o mal".
Bolsonaro também comparou Michele com a esposa de Lula, candidato do PT à presidência, afirmando que ela é uma "mulher de Deus e ativa na família". E o presidente completou: "E eu tenho falado para os homens solteiros, para os solteiros que estão cansados de ser infelizes. Procure uma mulher, uma princesa, se casem com ela, para serem mais felizes ainda". Bolsonaro beijou a primeira-dama e, ao ouvir gritos dos que acompanhavam o discurso, puxou coro de “imbrochável”.
Apesar da ausência nos atos, os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, usaram a internet para se manifestar sobre o 7 de Setembro. O aliado Lira escreveu que a data continua ecoando nas ações e nos compromissos de todos e que o Brasil independente é sempre o que olha para frente. Já Pacheco pediu que as manifestações fossem pacíficas e respeitosas para celebrar o amor à pátria, à democracia e o Estado de Direito. O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, afirmou que o Bicentenário da Independência merece ser comemorado com muito orgulho e honra.
Rio de Janeiro
Cercado de apoiadores em Copacabana, na Zona Sul, Jair Bolsonaro elogiou a economia do país e disse que o Brasil vive um momento de decisão. A comemoração aos 200 anos da Independência teve início ainda durante a manhã. O evento, organizado pelo Exército, contou com apresentações musicais de bandas militares, de salto de paraquedistas e de manobras aéreas da Esquadrilha da Fumaça.
Uma salva de 21 tiros foi disparada do Forte de Copacabana próximo ao horário em que teria ocorrido a proclamação, em 1822. Antes de chegar ao bairro, Jair Bolsonaro também participou de uma motociata organizada por apoiadores, que partiu do Aterro do Flamengo. Também houve concentração de motos aquáticas na orla da Zona Sul da cidade.
Neste ano, o tradicional desfile na Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio, não foi realizado. No entanto, movimentos sociais e centrais sindicais organizaram mais uma edição do Grito dos Excluídos. A caminhada começou na Candelária e seguiu até o Cais do Valongo, na Zona Portuária. Organizado em todo país, o ato reúne grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais que lutam pelos direitos de grupos considerados excluídos por políticas públicas.
São Paulo
O ato foi organizado por movimentos de direita. Um dos pontos de maior concentração foi no entorno do Museu de Arte de São Paulo, o MASP. Treze carros de som foram posicionados ao longo da via. O hino nacional foi tocado repetidas vezes. À tarde, com o tempo mais firme, a manifestação na Avenida Paulista conseguiu atrair um número maior de pessoas. Alguns apoiadores de Jair Bolsonaro levaram cartazes com mensagens pedindo o fechamento do Supremo Tribunal Federal. Uma participação de Bolsonaro em vídeo, esperada por apoiadores, não foi realizada.