O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que nunca existiu uma tentativa de golpe no Brasil durante o governo dele. Em entrevista à TV Record, ele comentou pela primeira vez a operação da Polícia Federal que prendeu quatro aliados e a divulgação do vídeo de uma reunião dele com ministros realizada em julho de 2022, três meses antes das eleições. "Vontade de fazer as coisas, indignação sempre acontece. Até nesta reunião de ministros, eu falei que não vamos esperar acontecer para tomar providências. Tem que fazer antes. Ninguém ia querer colocar tropa na rua, fazer nada de violento".
Bolsonaro é investigado pela Polícia Federal por suspeita de tentar se manter no poder mesmo depois da derrota nas eleições de 2022. O passaporte dele foi apreendido e o ex-presidente não pode deixar o Brasil. Na reunião no Palácio do Planalto, em um dos trechos, o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, diz que planeja colocar agentes infiltrados da Agência Brasileira de Inteligência para monitorar campanhas eleitorais naquela véspera do pleito. "Eu nem sabia que existia essa gravação. Foi gravada sem autorização, mas não tem problema nenhum. Agora, em dado momento, Heleno disse que iria se inteirar dos dois lados. É o trabalho da inteligência dele que eu não tinha participação", justifica.
Ainda na entrevista, Jair Bolsonaro criticou a decisão de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, que o proibiu de conversar com Valdemar da Costa Neto. Neste sábado (10), Moraes concedeu liberdade provisória ao líder do PL que tinha sido preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo, durante a operaçao da Polícia Federal na última quinta-feira (08).
Seguem detidos também Filipe Martins, ex-assessor internacional do ex-presidente, o coronel da reserva Marcelo Câmara e o major Rafael Martins, da ativa do Exército. Todos já passaram pelas audiências de custódia.