O ministro Alexandre de Moraes toma posse como presidente do Tribunal Superior Eleitoral nesta terça-feira (16) em Brasília. O magistrado será responsável por coordenar o processo eleitoral de outubro. Atual vice-presidente da Corte, ele substitui o ministro Edson Fachin, que deixa o Tribunal para assumir a vice-presidência do Supremo Tribunal Federal. O ministro Ricardo Lewandowski será o vice-presidente do TSE. A cerimônia de posse acontece às 19h, na sede da Justiça Eleitoral, e deve reunir os quatro principais candidatos à presidência.
O atual presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, foi convidado pessoalmente por Moraes na semana passada, durante reunião no Palácio do Planalto. O candidato do Partido Liberal já realizou discursos contra Moraes, que é relator do processo das Fake News, no STF. Em setembro do ano passado, Bolsonaro chegou a dizer que não mais cumpriria ordens do magistrado, que foi também responsável pelo pedido de prisão de aliados do chefe do Executivo.
A ida de Bolsonaro ao Tribunal Superior Eleitoral é vista como uma tentativa de aproximação e reconciliação com o ministro até então alçado ao posto de inimigo do bolsonarismo.
O presidente deve se encontrar com o ex-presidente e adversário na disputa eleitoral deste ano, o petista Luiz Inácio Lula da Silva. O cerimonial do TSE convidou todos os ex-presidente da República para a cerimônia de posse. O PT confirmou a presença de Lula.
Ciro Gomes, do PDT, e Simone Tebet, do MDB, ambos também presidenciáveis, devem comparecer à cerimônia.
Até então vista como mera formalidade, a posse do novo presidente do TSE ganhou ares de evento político após os ataques ao sistema eleitoral e ao voto eletrônico. Candidato à reeleição, Jair Bolsonaro já realizou discursos contra a urna eletrônica. O Ministério da Defesa também tem questionado os métodos da Justiça Eleitoral para a apuração dos votos. Não há nenhum histórico de fraudes na votação eletrônica, adotada no país há mais de 20 anos.