Bolsonaro levanta suspeitas no contrato do Butantan e diz que Sinovac ofereceu vacina por metade do preço

Presidente afirmou que dose foi vendida por US$ 10 pelo Instituto Butantan, enquanto laboratório ofereceu ao Ministério da Saúde por US$ 5; Sinovac nega preços diferentes

Rádio BandNews FM

Bolsonaro afirma que chegou uma documentação oferecendo a CoronaVac por US$ 5 pela Sinovac Fotos: Agência Brasil
Bolsonaro afirma que chegou uma documentação oferecendo a CoronaVac por US$ 5 pela Sinovac
Fotos: Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro afirma, em entrevista à Rádio Banda B, que chegou uma documentação oferecendo a CoronaVac por US$ 5 pela Sinovac, anteriormente, a dose foi vendida por US$ 10 pelo Instituto Butantan.

O chefe do Executivo disse que, junto ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, encaminhou o oferecimento dos imunizantes à Controladoria Geral da União e ao Ministério da Justiça.

Nesta quinta-feira (22), Bolsonaro disse que considera levar a proposta recebida do laboratório chinês ao Tribunal de Contas da União para que, segundo o presidente, "seja investigado" se o contrato do Butantan tem irregularidades. Bolsonaro falou que o Butantan foi acionado porque, de acordo com ele, nunca foi apresentado uma planilha com os valores finais das vacinas.

Inicialmente, o Instituto Butantan não vai se pronunciar e sugeriu que a Sinovac seja procurada. O laboratório chinês nega que tenha oferecido preço diferente ao governo brasileiro e reafirmou que o Butantan é o único parceiro comercial no Brasil. 

SUPOSTAS IRREGULARIDADES

A compra de vacinas pelo Ministério da Saúde e as suspeitas de irregularidades é um dos focos da CPI da Pandemia.

O representante da Davati Medical Suplly, Luiz Paulo Dominguetti, disse ter se encontrado em fevereiro com diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, para negociar a venda de 400 milhões de doses da AstraZeneca – que nega ter intermediários.

Na época, segundo ele, Dias – que foi exonerado do cargo após a denúncia – teria pedido US$ 1 de propina por dose; o suborno chegaria a R$ 1 bilhão.

O ex-diretor teria sido indicado pelo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, que negou a indicação.