O ex-presidente Jair Bolsonaro é citado 535 vezes no inquérito da PF sobre a tentativa de golpe após a eleição de Lula em 2022, tornado público nesta terça-feira (26) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
O documento traz uma série de diálogos do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, com suspeitos de estarem envolvidos na tentativa de golpe.
Em uma das conversas, com o tenente-coronel Sérgio Cavaliere, Cid foi cobrado: “Espero que o PR [presidente] não se esqueça dos que estão indo para o sacrifício”.
Cid então responde: “Cara, ele mesmo sabe o que é isso. Ele tomou 20 dias de cadeia quando era capitão, quando escreveu carta à ‘Veja’”.
A incidente citado pelo ajudante de ordens ocorreu em 1986. Bolsonaro escreveu um artigo para a revista reclamando do baixo salário recebido pelos militares, sendo punido por “transversão grave”.
“Foi para conselho de justificação porque botaram na conta dele aquela operação para explodir Guandu”, completou Cid.
O caso menciona um incidente de 1987, quando Bolsonaro foi acusado de elaborar um plano para explodir bombas em unidades militares do Rio para pressionar o comando do Exército.
Vale destacar que a delação de Cid não teve o sigilo retirado com o inquérito da PF.