Bolsonaro diz não acreditar em voto impresso em 2022; projeto será votado em agosto

Presidente e aliados alegam, sem apresentar provas, haver fraude nas urnas eletrônicas

BandNews FM

Bolsonaro disse para apoiadores que voto impresso para 2022 não deve ser aprovado.
Foto: Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro disse na noite desta segunda-feira (19) achar difícil a aprovação do voto impresso para as eleições de 2022. A declaração foi dada a apoiadores que o aguardavam no Palácio do Planalto e foi registrada em vídeo na internet. Bolsonaro afirmou ainda que não dá para as eleições serem comandadas por quem tirou Lula da cadeia. A fala desconexa lança mais uma vez dúvidas sobre o processo eleitoral brasileiro.

Bolsonaro é defensor da impressão do voto desde os tempos de deputado e elevou o tom nas últimas semanas em defesa da proposta, que é rechaçada pelo Tribunal Superior Eleitoral por colocar em perigo o sigilo do voto e a segurança do processo eleitoral atual. Jair Bolsonaro chegou a dizer que não haveria eleição sem a implantação do mecanismo de impressão do voto.

Tramita na Câmara dos Deputados um projeto para a implantação do chamado voto impresso auditável. A urna eletrônica imprimiria um comprovante para a verificação do voto digitado e o papel seria depositado em uma outra urna para fins de conferência ao final da votação. A proposta foi apresentada na casa pela deputada Bia Kicis e tramita em uma comissão especial.

Na semana passada, a sessão para votação da proposta reatada pelo deputado Filipe Barros foi encerrada sem a apreciação do texto. Foi uma manobra da base governista, que ainda busca apoio para a medida. Em Brasília, havia a certeza de que a proposta seria derrubada após 11 partidos políticos se declararem contra o voto impresso.

Em outras duas ocasiões, mesmo com autorização do Congresso, o Supremo Tribunal Federal já declarou o voto impresso inconstitucional por colocar em risco o sigilo e a inviolabilidade do voto.

A comissão especial do voto impresso volta a se reunir em agosto, na volta do recesso parlamentar, mas a própria dados do presidente coloca dúvidas quanto a aprovação da medida.

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